terça-feira, 19 de abril de 2016

Teníase e Cisticercose

Recentemente foi noticiado a morte de um ídolo do Sport Club Recife por neurocisticercose. Uma fatalidade difícil de acreditar que aconteça em pleno ano de 2016.

Aqui trata-se de uma zooantroponose, que significa que é uma doença humana que pode ser transmitida para os animais. O grande vilão da história não é o suíno, e sim, nós humanos! 

A falta de saneamento básico é a chave para esta questão. Para saber mais sobre o assunto, clique aqui

Tem teníase aquele sujeito que tem o verme adulto no intestino. Quem tem cisticercose tem uma infecção provocada pela larva da tênia.


São duas espécies, uma está relacionada ao porco e a outra, ao boi. A Taenia solium vive cerca de 3 anos, mas pode chegar a 25 anos e a Taenia saginata vive cerca de dez anos, podendo chegar a até 30 anos.  Os ovos podem sobreviver em torno de 4 a 6 meses no ambiente.

Como eu posso adquirir teníase? Comendo de carne bovina ou suína crua ou malcozida contendo cisticercos (canjiquinhas).
Como eu posso adquirir a cisticercose? Com ingestão acidental de ovos viáveis de T. solium na carne suína (A T. saginata não se desenvolve nesta situação). Quem tem T. solium adulta no intestino elimina as proglotes (uma espécie de saco cheio de ovos) e ovos de sua própria tênia e leva-os à boca pelas mãos contaminadas (olha a importância de lavar bem as mãos após usar o banheiro!); pode ocorrer um refluxo, possibilitando presença de proglotes ou ovos de T. solium no estômago que voltam ao intestino delgado. Também dá para adquirir na ingestão de alimentos (verduras, por exemplo) ou água contaminados com os ovos da T. solium de outra pessoa com teníase. A grande complicação é a neurocisticercose, ou seja, vai parar no cérebro.

Muita gente não sabe, mas Médico Veterinário não cuida só de cachorro e gato dentro de uma clínica. Muitos estão em fazendas, na indústria, em departamentos governamentais e dentro dos grandes mercados cuidando de toda a cadeia dos produtos de origem animal.

Carne rastreada significa que em uma situação complicada, as autoridades possam saber quando, onde e como o animal foi criado, que medicações foram utilizadas, que ração comeu, quem transportou, quem abateu, qual o destino da carne até chegar na sua mesa. Porém isso encarece o produto.

O ideal é você sempre exigir o selo de inspeção municipal, estadual ou federal. Combater o abate clandestino contribui para a sua boa saúde e também pode influenciar a realização de abate humanitário (abatedouros clandestinos costumam não se importar com o sofrimento prolongado infligido aos animais).



Se há dúvidas de onde vieram os alimentos, asse bem a carne, lave bem as verduras, não misture facas e utensílios de cozinha. Adquira o hábito de lavar sempre as mãos. 

Se parar para pensar é um assunto bastante nojento: cocô de gente doente deixando outras pessoas e animais doentes! Vamos exigir saneamento básico, educação sanitária para todos e mandar essas doenças para o passado de uma vez!